Lágrima que choro
- para Lena Holmen
Nunca tive medo do mar. Em terra firme, passava horas e horas olhando, admirado, as águas contra as rochas - contra os dois braços de ilha que se estendiam diante de mim. Belo? Sim, muito, mesmo que muitas vezes a névoa era tão espessa que eu não era capaz de ver o pedaço de continente do outro lado daquelas águas, então cinzentas. Mas isso também era belo.
Era cego, me forçava a tal; ouvia melhor, cheirava o sal, cheirava o céu. Por onde andavam meus pensamentos? Aqui e lá, e sempre dentro de mim. Sempre. De onde aqueles olhos cinzazuis, quase brancos, vinham e vinham para me salvar. Não me admira que nunca tive medo do mar.
Chegou o momento em que meus sonhos me traíram. Tarde, mas chegou - uma música, uma pintura e um livro, inacabados, incompreendidos, silenciados: me trouxeram aqui, nó na garganta, o coração na ponta dos dedos... não; este agora me falta, bem como me faltam as palavras para descrever o vazio que sinto.
O que me restava de mim acabou de partir com essa lágrima quente que ainda sinto rolar pelo meu rosto. E agora eu entendo por quê os homens têm medo do mar.
Nunca tive medo do mar. Em terra firme, passava horas e horas olhando, admirado, as águas contra as rochas - contra os dois braços de ilha que se estendiam diante de mim. Belo? Sim, muito, mesmo que muitas vezes a névoa era tão espessa que eu não era capaz de ver o pedaço de continente do outro lado daquelas águas, então cinzentas. Mas isso também era belo.
Era cego, me forçava a tal; ouvia melhor, cheirava o sal, cheirava o céu. Por onde andavam meus pensamentos? Aqui e lá, e sempre dentro de mim. Sempre. De onde aqueles olhos cinzazuis, quase brancos, vinham e vinham para me salvar. Não me admira que nunca tive medo do mar.
Chegou o momento em que meus sonhos me traíram. Tarde, mas chegou - uma música, uma pintura e um livro, inacabados, incompreendidos, silenciados: me trouxeram aqui, nó na garganta, o coração na ponta dos dedos... não; este agora me falta, bem como me faltam as palavras para descrever o vazio que sinto.
O que me restava de mim acabou de partir com essa lágrima quente que ainda sinto rolar pelo meu rosto. E agora eu entendo por quê os homens têm medo do mar.
6 Comments:
Caramba, que texto lindo!
:) i sent you a mail.
Hugs!
Bueno!
Vc continua escrevendo mto bem, parabéns! ^^
Seu blog tá ótimo...
Great, just like the rest. ^^
Detesto não poder fazer um comentário construtivo. Prometo que me esforço mais da próxima vez, tá?
Este comentário foi removido pelo autor.
Um dos textos mais lindos de todos os tempos.
Sublime.
Postar um comentário
<< Home