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domingo, maio 27, 2007

Noites em claro

Estava escuro (aliás, como sempre). Vínhamos conversando há horas, coisas variadas que, pra ser bem sincero, já se repetiam um tanto. O jogo de olhos - o que inclui o descrever deles em versos -, aquelas palavras que só não são ousadas por serem tímidas, as pausas repentinas. Eram verdades já bem claras em uma só, na verdade, e os dois sabíamos. De tudo.

Deitado no colchão ao lado da cama, estiquei um braço, toquei-lhe o rosto; de leve, acanhado, mas procurando ter uma certa firmeza para não parecer molenga. Por quanto tempo? Pra sempre. Até que ela me forçou um torcicolo - é que me fez esticar o pescoço também: sim, um beijo. Surpresa? Não. Mas é claro que sim, pelo paradoxo: vivi dois pra-sempres numa noite só.

O torcicolo estava ficando brabo, e ela me viu incomodado. Subi para a cama, um abraço. Aquele peso que tanto me fazia falta voltava a se deitar sobre o meu peito. Dormi tão mal que acordei bem.

De lá pra cá? Ainda vivo o sonho. Uns momentos de silêncio, levanto pra mijar no meio da noite; choro quando não a vejo ali, onde juro que a deixei. Todas as vezes.

Tempo tornou-se algo gelatinoso, que não corre como dizem por aí. Temos não uma noite, mas muitas ainda, nas quais a tenho nos braços que peguei emprestados de um poeta, de um louco, de Deus e do próprio Diabo. Ainda também fiz os meus, de apaixonado.

3 Comments:

Blogger Caio! said...

Ou... postei de novo no meu blog.. tente entender lá dessa vez! rs

30 de maio de 2007 às 12:59  
Blogger Unknown said...

ô, que graça!

31 de maio de 2007 às 20:21  
Anonymous Anônimo said...

Que lindo esse post, RBD...
Abraços!
(te linkei no meu blog... depois dá uma passadinha lá...)

1 de junho de 2007 às 08:26  

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