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segunda-feira, outubro 15, 2007

Nota ao texto "Ela"

Não gosto muito de 'esclarecer' meus textos, mas dessa vez acho que vale a pena, inclusive porque me posiciono quanto a essa coisa de livre interpretação. É uma resposta ao comentário que o André fez sobre o texto abaixo.
Segue o comentário:

"Cara, vamos lá... Um comentário geral.

Leio... sempre, mesmo que tarde. Entendo? As vezes sim, as vezes não... na verdade, mesmo entendendo, sei que entendo apenas algo, e a maioria das coisas me escapam.

Uma coisa não muda. Os textos ficam bem escritos, e estremamente interessantes.

De todo jeito, quando agente pega arte de outros sem entender, agente geralmente interpreta apartir da própria subjetividade, o que distorce e deforma o sentido daquilo... não que perca o sentido, só muda o sentido. De toda forma, acho pouco interessante ficar arriscando palpites e interpretações que vão dizer muito mais do que penso eu, do que sobre o que o texto em si diz, e sobre o que penso do que o texto diz.

Não sei se fui confuso. Mas o que quero dizer. Aprecio bastante as coisas que você escreve, e seguirei lendo (como li desde que você me passou o link do seu blog, mesmo que com certo atrazo). Mas acho que vou me privar de comentá-los, pelo menos em regra. Acho que vou ficar prolixo repetindo que gosto do jeito que você escreve, isso não muda de texto pra texto...

E acho que só uma vez me senti a vontade pra comentar sobre o conteúdo de textos.

Então expresso aqui meus parabens gerais! E acho que para evitar comentários que não acrescentem, volto a comentar quando marte e júpiter se alinharem. Mas continuo lendo com assiduidade.

Abraços."




e agora a minha resposta:
"bom, obrigado pelos comentários positivos!
André, quanto a interpretar o texto a partir da própria subjetividade... bom, faz parte. É a função do leitor. Nenhum texto é fechado, o leitor é sempre um co-escritor. É difícil escrever um texto pensando em um sentido fixo pra ele - afinal de contas, nem nós mesmos temos nosso sentido fixo. E, também, como "somos os outros", ou seja, frutos das nossas diferentes convivências, experiências e etc, é aí que o texto se abre mais ainda.

A única pista mesmo que eu joguei no texto quanto ao sentido e tudo o mais é o nome das personagens - tirando Vivianna, que apareceu agora, mas também não sem sentido. Todos esses nomes - a maioria começa com "L" - figuram nos meus textos, em muitos deles. Quem acompanha o Blog deve ter pelo menos entrado em contato com a Laura, por exemplo. Talvez até uma Júlia. Padre Lino, Titico e Titica, Lívia e alguns outros ainda estão nos cadernos. Estou pensando em trazê-los pra cá.

E então é isso - esses nomes são de personagens minhas, são nomes meus, que eu assumo e desassumo o tempo todo. Aí dá pra imaginar algo sobre a cidadezinha."

p.s.: claro que a cidadezinha é povoada por muito mais gente. Tava passando o olho pelo blog e já vi que esqueci de mencionar Pedro, Paulo e até mesmo o Subaco. Não que fizesse tanta diferença. Mas agora também me veio um pensamento novo - talvez tenha sido... bom, equivocado, mesmo, colocar nomes principalmente de personagens que não figuram aqui na Toca. Quem nunca pegou meus cadernos ou meus rascunhos ficaria perdido mesmo. Mas também digamos que é uma cidadezinha normal e que esses nomes não são de personagens meus. Vale do mesmo jeito.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Bom,

embora eu acho que tenha ficado claro, mas já que apareceu o assunto né... Eu também não arrisquei nenhum comentário por razões semelhantes às que o André disse.
Sei que quando nos lemos um texto acabamos dando um sentido nosso (meio negociado entre o escritor e o leitor) e que isso é realmente muito interessante. Mas, ainda assim, preferi não comentar a maioria dos textos que li aqui na Toca e quando comentei foi mais pra marcar presença e tentar mostrar o meu apreço pelas leituras verdadeiramente buenossáuricas que pude fazer aqui.
Então... prefiro não arriscar comentários que não seriam muito inteligentes e pertinentes, mas só para deixar registrado mesmo:
Como o André, continuo lendo e apreciando de verdade os seus textos... mesmo com essa ausência de comentários e com essa ausência em comentários. hehe

abraços

17 de outubro de 2007 às 20:51  
Anonymous Anônimo said...

Bom, então vamos lá... pra não dizer que estou me contradizendo, digamos que hoje marte e júpiter se alinham =]. Brincadeira.

Bom, eu, André, comentarei agora o comentário de André sobre o primeiro comentário que eu, André, fiz sobre o texto de André. Autismos a parte.

Bom, primeiro de tudo me sinto agora na obrigação e curiosidade de reler tudo prestando mais atenção aos nomes de personagens =]. Será feito com interesse e afinco. Agradeço a dica.

E sobre os direitos dos leitores de viagarem na maionese diante do texto do autor... Realmente, é algo natural, e seria absurdo querer que não acontecesse. Só que, acho que se cada pessoa for postar tipo:

"A, esse texto, pra mim, lembrou a vez que eu arranquei o coração de um vizinho e depois afoguei a filha dele",

acho que você vai ficar até triste com as coisas que vão aparecer =]. Essas coisas agente faz depois que o autor morreu e não pode mais reclamar de comentários e interpretações. Em vida é covardia ^^. E, vida longa a ti, acho mais sensato não comprometer o nível dos comentários do blog com um tipo de comentário achólogo de utilidade dubitável.

Resumindo, acho que estou sendo prolixo, repitindo o que disse antes, de novo, com uns detalhes diferentes. Mas dessa vez acho que é minha obrigação comentar =]. E, uma pergunta... Luca é o ladrão que vai bater carteiras enquanto você canta e dança?

18 de outubro de 2007 às 06:50  
Blogger Buenossauro said...

sim, Luca é o ladrão que vai bater carteiras enquanto eu canto e danço heheheheh

bom, é claro que todo texto é um texto e as palavras estão ali, né. Nisso eu concordo com você - há interpretações que ficam absurdas, e isso não rola. Mas, vocês me conhecendo como conhecem, acho que vão se lembrar da vez que arranquei o coração do vizinho e afoguei a filha dele - nessa parte vocês acertaram!
hehehe
zuera

O que eu pretendo tentar com mais afinco é fazer textos mais interpretáveis, viajando um pouco menos fundo em mim, não sei. Ou usando símbolos não "tirados do nada". Bom, sei lá. Se bem que não vou me vender heheheh

Conversei hoje com o Luca e fiquei pensando nisso, inclusive na incrível incidência de nomes com L. Chega a ser assustador, não só nos meus textos mas na minha vida. Ou talvez um reflita o outro.

Agora vou tentar escrever umas coisas mais simples, só para testar o fluxo de palavras. Depois vejo como vai funcionar o fluxo de idéias.

18 de outubro de 2007 às 20:17  

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