A toca do Buenossauro

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domingo, maio 27, 2007

Noites em claro

Estava escuro (aliás, como sempre). Vínhamos conversando há horas, coisas variadas que, pra ser bem sincero, já se repetiam um tanto. O jogo de olhos - o que inclui o descrever deles em versos -, aquelas palavras que só não são ousadas por serem tímidas, as pausas repentinas. Eram verdades já bem claras em uma só, na verdade, e os dois sabíamos. De tudo.

Deitado no colchão ao lado da cama, estiquei um braço, toquei-lhe o rosto; de leve, acanhado, mas procurando ter uma certa firmeza para não parecer molenga. Por quanto tempo? Pra sempre. Até que ela me forçou um torcicolo - é que me fez esticar o pescoço também: sim, um beijo. Surpresa? Não. Mas é claro que sim, pelo paradoxo: vivi dois pra-sempres numa noite só.

O torcicolo estava ficando brabo, e ela me viu incomodado. Subi para a cama, um abraço. Aquele peso que tanto me fazia falta voltava a se deitar sobre o meu peito. Dormi tão mal que acordei bem.

De lá pra cá? Ainda vivo o sonho. Uns momentos de silêncio, levanto pra mijar no meio da noite; choro quando não a vejo ali, onde juro que a deixei. Todas as vezes.

Tempo tornou-se algo gelatinoso, que não corre como dizem por aí. Temos não uma noite, mas muitas ainda, nas quais a tenho nos braços que peguei emprestados de um poeta, de um louco, de Deus e do próprio Diabo. Ainda também fiz os meus, de apaixonado.

terça-feira, maio 22, 2007

Pedido de desculpas

- É, faz um bocado mais de um ano. Foi no Tribuzy, fraga.

- Lembro de você ter comentado algo na época...

- Pois é. Fomos eu e mais dois amigos. Acho que já contei mais ou menos tudo antes, mas teve um pedaço que ficou de fora e ainda me incomoda um tanto.

- É pra isso que estamos aqui...

- Pois é, como você sabe, o cara reuniu um monte de Deus do Metal num palco só, e aqui em BH. A grande expectativa era a entrada do Bruce, e o set list a gente já sabia, porque ia ser mais ou menos o mesmo do show de São Paulo.

- Que tinha sido na noite anterior...

- É, isso aí. Ia ter Bring me your Daughter to the Slaughter, The Evil That Men Do e Tears of the Dragon, sem falar em Beast in the Light, a música do Tribuzy em que Ele participa. Cara, quando o Roland Grapow - ou foi o Gustavo Silveira? - puxou aquele riffzinho de The Evil...

Opa, melhor falar da viagem que eu ando tendo ultimamente. É aquela coisa de cagar no mais fraco, fraga... tipo o militar que apanha pra caralho e quando é promovido passa a bater, e essas viagens erradas assim. Um cara que foi cuzão a vida inteira e do nada da uma de foda. Claro que mesmo essa viagem de cuzão e de foda também é errada, né. É tipo uma coisa que você é ou não é e nem tinha que ser, assim, fraga. Tem que ser porra nenhuma, é muito filme de colégio americano. Mas aí tá. Eu fiz um trem desses assim. Acho que não tá nem nessa viagem de ser foda ou de ser cuzão, foi até meio instintivo. Mas foi muito paia. Se bem que o cara era cuzão sim.

- Mas o que foi de terrível e desrespeitoso que você fez?

- Desrespeitoso mais ou menos, né, foi uma puta de uma porrada. Como eu já falei, estávamos os três na grade, e o meu amigo do meu lado. Quando Ele subiu no palco ficou ainda mais foda - muita gente foi pra frente e não tinha espaço nem pros lados ali na grade. Eu não conseguia descer o meu braço. Só bater cabeça, mas isso é o que importa, né. Aí tá. Começou com o Roland Grapow ou o Gustavo Silveira - ou os dois, tinha uns cinco guitarristas no palco.

Tipo, eles puxaram o riffzinho matador de The Evil... puta que o pariu! Eu endoidei. E as mil pessoas, mais ou menos, que tavam na pista, também. Aí o pessoal empurrou de verdade. Foi foda. Numa dessas eu senti uma perninha penetradora do meu lado.

- Perninha penetradora?

- É, tipo isso. Sabe no ônibus, quando você não consegue andar e vai meio que com a perna na frente pra abrir espaço? Pois é. Tipo isso. Só que do jeito que a grade tava não rolava nem a pau de caber mais um. Pro cara entrar alguém tinha que sair.

Já meio puto eu olhei pra trás e vi quem era: um moleque que não devia ter nem quinze anos, de óculos, uma cara de nerd fudida e camisa do Nightwish! NIGHTWISH! Porra, tem limite, né. Aposto que o mané gostava de Avantasia e essas viadagens. Não pensei duas vezes e subi um cotovelo no nariz dele. Ele sumiu, muito rápido, foi até meio surreal, fraga.

Ele deve estar na academia até hoje, tentando ganhar uns quinze quilos de músculo pro Megadeth, que deve vir no fim do ano ou no ano que vem.

quinta-feira, maio 17, 2007

Til Lena Holmen

Lena, hvor er du nå?
Kom, vil prate med deg!
Sitte på Kleppestø
Hele ettermiddagen
vel til klokken seks!

Lena! Søk etter meg
Helt forskjelig og gal
Mens jeg ser på nordmenns
helt utrolig selv.
Og vi blir brødre.

AB03//14/05/07

Ja, den er litt dårlig, men den er ikke noe jeg skrev. Jeg begynnt å føle noe sterk og da var ordene i papir. Jeg savner deg, du vet det.
Stor klem,

Skybert.