A toca do Buenossauro

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Local: Belo Horizonte, MG, Brazil

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Dois amores

Muito além da terra, do mar e do ar, onde o silêncio não chega, vivem homenzinhos simples, simpáticos e felizes. Não são muito menores que eu ou você, e ainda podem ser gigantes dada a energia da qual dispõem: correndo, pulando, não páram um minuto. Só pra dormir, sempre o sono dos justos.

Comem o que cultivam e vivem em perfeita comunhão com seu meio. Entre si, risadas, namoricos e mesmo alguns desafetos, como nós os temos também, mas muito melhor administrados. O senso de coletivo supera o privado. Praças, estátuas e jardins são de todos e para todos. Isso não se resume só ao patrimônio da comunidade - o sentimento de cada um deles é motivo de preocupação do próximo. A felicidade alheia é tão importante quando a individual - daí a harmonia em que vivem.

A noção de propriedade é tão fraca que os relacionamentos, entre um e outro, ou antes entre vários deles, são construtivos e despreocupados, os chamados relacionamentos complementares. Há certas palavras que inexistem no vocabulário destes homenzinhos, contanto que seja preservada a felicidade de quem amam.

Todos têm sua função na comunidade. Comunidade aqui não é um aglomerado de pessoas que se juntam por certas características em comum. É quase uma máquina, ou antes um organismo vivo, cujo funcionamento é visível para todos. Talvez por isso sejam mais felizes - vêem o resultado de seu trabalho, dia a dia.

Seus corações batem mais forte por baterem juntos. Por se verem batendo, tão independentes e tão unidos ao mesmo tempo - essa união que vem de suas diferenças, de seus sonhos e, acima de tudo, seus amores.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Prosa íntima

- É a primeira vez que você toca no assunto?

- É.

- Mas por quê nunca falou disso antes?

- Não sei. Um bloqueio... sempre estive sentado num trono, sabe, como um rei mesmo. Nunca parei pra pensar nessas coisas.

- E agora, o que você pretende fazer a respeito?

- Viajar um pouco. Conhecer outros lugares. Outras pessoas, outras línguas. Quero aprender mais umas quatro. E ler um pouco de Neruda.

- Será que resolve? ... Digo, não parece uma atitude muito despreocupada?

- Não tenho pressa, entende isso. Tenho o mundo nas minhas mãos, basta saber como manusear. De qualquer forma, do chão não passa: agora que caí do meu trono, não tenho nada a perder. Que é que estou arriscando? Meus cadernos me acompanham. Posso publicar alguma coisa quando voltar.

- E cair na estante de cinco reais da Leitura...

- Não penso mais nisso. Caí do meu trono, e quando falo isso é porque caí mesmo. Foda-se o resto. É isso o que não quero: me foder muito pro que dizem por aí. Isso é o que me levou ao auge e que agora me derruba.

- Ainda não vejo nenhuma saída nesse seu modo de pensar...

- E não tem saída nenhuma, mesmo. Vem daquilo que disseram um dia, com razão: "se a alguém causa inda pena a tua chaga, apedreja essa mão vil que te afaga, escarra nessa boca que te beija!"...

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Na entrada da Toca...

Foi um amanhecer bem cinzento, nublado mesmo. Parecia que o céu ia cair, mas não sem antes tramar alguma para nós.

A campina ia até muito adiante na vista e terminava numa montanha. Nem alta, nem baixa, só uma montanha. Decidimos olhar mais de perto, gastar um pouco daquelas frescas horas do dia. Caminhamos e caminhamos, a montanha ficando mais e mais nítida, umas árvores aparecendo aqui e ali; as nuvens iam se ajuntando por cima de nós, silenciosas e discretas.

Um pingo de chuva, aqui e acolá. Mas já estávamos ao pé da montanha. Um pouco à direita, vimos a entrada pra uma gruta.

Logo ali, na entrada da gruta, pétalas e pétalas, de muitas flores, espalhadas pelo chão. Sem saber do que se tratava, decidimos entrar - mas não iríamos muito além da parte clara. As pedras na entrada da gruta eram bem arredondadas, e um cheiro de incenso rondava o ar.

Observamos algumas marcas na parede, mas não eram nem de longe pictogramas: uma leve queda d'água, que cobria um bom trecho da parede rochosa, como uma capa bem fina e brilhante, havia rasgado a gruta e formava desenhos num trabalho que, com certeza, já vinha de anos e anos.

Ao pé da parede d'água, atrás de uma pedra, uma flor. Não era vermelha, mas também não era amarela. Nem laranja. Sua cor mudava com a mesma leviandade de um temperamento orgulhoso. A postura que tomava, no entanto, era tão desafiadora quando indiscutível. Dali vinha todo aquele cheiro que enfeitava o ar.

Não contamos o tempo que passamos ali, observando a flor. Saímos da gruta, o dia já ia claro, o sol bem alto, nenhuma nuvem no céu.

Me pergunto, até hoje, sobre que nome dar àquela flor. Não há palavra que a descreva.

Post ébrio #01

uahauhauah
não podia deixar de estrear a sessão de posts chapados, né?

Pois é. Natal em família, champagne, alguns restos de garrafa de vinho, aí da nisso. Claro que tudo virado cloaca a baixo, só pra dar onda.
E não é que a minha ortografia não está tão prejudicada?
to impressionado. Porque andar que é bom eu não to conseguindo... auhauahuahauh


FELIZ NATAL, DRITTSAKENE!
(drittsakene = fuckers, mais ou menos)
I hate Christmas. It's fake.

aiai. Escrevi mais dois textos ébrios e um verso ébrio. O porre foi produtivo. Também pudera, foi (se bem que ainda é) um dos maiores em alguns meses.
Vou mudar de fonte. Essa verdana é uma viadagem só. O pior é que vou acabar escolhendo uma viadagem maior.

CHEERS!

domingo, dezembro 24, 2006

Eita nóis!


Um viva ao livro!
Não estou conseguindo mexer nem em blog. Vamos ver se aprendo a me virar logo. Esse aí do lado sou eu (!) depois do show do Chico.

A foto foi tirada no Redentor, aquele ali da Fernandes Tourinho, Savassi. Recomendo muito o chopp de lá.

Cheers!

Bem vindos!

A toca do Buenossauro foi reaberta!

Em breve, alguns textos e coisas maconhadas que eu tiver vontade de postar aqui.
Vamos ver se esse blog vai pra frente agora né..!

Enquanto isso eu vou descobrindo como se usa esse trem direito né...
vamos ver no que dá.


Eu também não posso ficar o tempo todo parado no tempo né... e tenho que parar de escrever "né" a cada fim de frase, né...

Bom, é isso. Abraços!